sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Segundo grande teste

Klebsiella pneumoniae


Pois é... já não bastou o susto do primeiro teste, passado um mês fomos novamente testados...
Menos de um mês depois do regresso a casa, o R voltou a ter muito de repente febre muito alta.
Desta vez fiquei logo em pânico, enviei mensagem a uma médica do hospital que conhecia bem o R a explicar os sintomas e ela disse para eu ir logo hospital. Mais uma vez ele só tinha febre, de resto estava bem disposto a brincar e a comer. Lá fomos nós, faz análises, deixou análises feitas à urina e como a febre tinha começado há pouco tempo voltámos para casa com um antibiótico mais geral. Passado 3 dias recebemos telefonema do hospital desta médica amiga com más noticias.
Era realmente uma infecção, uma infecção renal (uma pielonefrite) mas o problema é que desta vez era uma bactéria mais perigosa e ainda por cima com várias resistências a antibióticos e o R teria de ser internado e ficar em isolamento. Fiquei... sei lá como...
Organizei tudo. Pedi ajuda mais uma vez à minha sogra e lá fui eu para o hospital com o R.
Segundo internamento nos cuidados intensivos em menos de 1 mês... eu sentia-me completamente abananada...
Desta vez foi um pouco mais fácil, porque já conhecia o serviço e como funcionava.
Já haviam caras familiares e outras mães com quem desta vez até criei laços.
O mais difícil foi quando saímos dos intensivos para a enfermaria ficámos num quarto sozinhos e sem TV.
O R com apenas 10 meses, não havia muito para fazer para nos distraírmos.
O tempo custou imenso a passar... Foi desesperante...
A única coisa boa foi que ele melhorou bem com o antibiótico, o problema é que tinha de ser endovenoso, ou seja directamente na veia de 8 em 8h.
Felizmente o R dormia ainda muito bem de noite, eu conseguia dar-lhe o jantar e depois ía para casa tratar do mais velho, dar-lhe um pouco de atenção, pois a vida dele também tinha mudado completamente. Ainda foram 10 dias... Pareceu 10 anos...

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Porque queríamos adoptar

O primeiro internamento hospitalar foi feito na unidade onde o R tinha nascido.
Ou seja muitos dos profissionais conheciam o R ainda melhor que eu.
Eu estava à espera de perguntas, mas o que eu não estava à espera era do tipo de perguntas que iria receber...
"Porquê que o tinha adoptado?"
"Se estava consciente do historial dele?"
"Se tinha noção que o futuro poderia ser muito complicado?"
"Se já tinha um filho biológico, porque é que queria adoptar e ainda por cima um filho assim?"
E isto fez-me uma confusão à minha cabeça...
Fiquei chocada e se calhar até um pouco zangada.
Então mas a adopção é só de crianças bonitinhas e perfeitinhas? Só assim é que é lícito?
As crianças com problemas não merecem uma família?
Oh pá...
Respondi tudo com calma e educação, mas deixou-me magoada...
E prometi ao meu filho que tudo iria fazer para que ele conseguisse ultrapassar o mais possível todas as adversidades que aparecessem no nosso caminho.
Que ele era meu filho e era para a vida toda, como é sempre que temos um filho (ou devia ser).

Mais tarde vim a saber por uma das médicas, que nesta altura do internamento, quando me viram chorar, pensaram que nós iríamos desistir do processo de adopção e devolver o R.
Bolas bolas bolas! Eu sei que acontece mas para nós não se devolve um animal doente quanto mais um filho.

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Primeiro teste

Preparámos tudo para trazer o nosso filho para casa. Fomos buscar as coisas do nosso primeiro filho que estavam arrumadas no sótão. Pedimos de volta algumas coisas que tínhamos emprestado a amigos e tudo ficou pronto. Escolhemos que os 2 irmãos iriam partilhar o quarto. O mais velho adorou a ideia e ajudou a montar tudo, ansioso com a chegada do irmão. 
Depois de uma semana de adaptação ao bebé na instituição, chegou o dia de o trazer para casa. Super ansiosa nem dormi nessa noite. Ele recebeu-nos com o seu sorriso lindo, sempre simpático e sem problemas veio para casa. 
O R era uma bebé fácil. Praticamente não chorava, não se zangava, não reclamava. Inicialmente isso podia significar menos trabalho mas pelo contrário. Porque por ele estava tudo bem, mesmo quando não estava. Ele não se queixava. O que me deixou um pouco insegura porque como poderia eu perceber que ele não estava bem. Passado 15 dias apareceu o pronto teste, o R começou com febre e passado 1 hora estava com 41 graus... Mãe de segunda volta não stressa e pensa ok acontece. Não há problema. Dou beneron e vejo o que acontece. Passado 1 hora a temperatura estava normal e ele super sorridente outra vez. Ele comia mal mas sempre comia mal mesmo quando estava bem. E como não tinha mais sintomas segui a regra dos 3 dias. A febre ía e vinha com beneron e brufen alternados. Até que ao 3 dia sem passar eu achei que ele devia ser visto por médico mas era domingo. Telefonei saúde 24 e aconselharam ir hospital. E lá fui eu. 
Recebeu-nos uma médica que o conhecia e foi super atenciosa. Análises sanguíneas, urina, rx tudo e mais alguma coisa. Resultados vieram a dizer que ele tinha uma infecção muito alta que ainda não sabiam o que era e teve de fazer despiste de meningite... 
Nesta altura assustei-me a sério e já chorava por todo o lado... 
Zanguei-me comigo: como é que eu mãe de segunda viagem não tinha percebido que ele estava assim tão doente: “Que raio de mãe és tu?”
Pior foi então quando recebi a notícia que apesar de não ser meningite ele teria de ser internado nos cuidados intensivos para ser vigiado de perto... Facada no coração... 
“E agora? Como é que eu faço? Não estava à espera disto...”
Marido longe a trabalhar, um filho em casa com a avó, filho este que só dormiu longe de mim menos de 3 noites.
Foi muito difícil de lidar com todas as emoções. 
Acho que liguei o cérebro e pensei friamente na situação. 
Tinha de ir a casa. Explicar tudo ao meu filho mais velho ( tinha 3 anos e 9 meses) e buscar as minhas coisas. 
O R estava medicado, a dormir, e super vigiado e eu a sofrer horrores  por o deixar assim doente, fui a escorrer lágrimas para casa dormir. Já eram 2 da manhã... 
Tentei dormir alguma coisa agarrada ao meu G e de manhã tratei dele, falei com ele é fui levá-lo à escola. 
Em lágrimas expliquei na escola o que se passava e para estarem mais alertas com o G se sentissem ele mais triste, já saberiam do que seria.
E fui para hospital. Lá estava ele a dormir. A soro. Não aceitava leite ( ele odiava leite...). E ainda sem saberem de onde vinha a infecção. Só ao 3 dia se confirmou que era uma infecção urinária. Nesta altura já ele respondia ao antibiótico que estava a fazer e já está mais acordado e vem disposto.
Manti a rotina de estar com ele todo o dia. Dar-lhe a sopinha ao jantar, pô-lo a dormir e depois ir dormir a casa. Ainda estive 12 dias internado. Foi duro... Mas vê-lo a recuperar deu-me ânimo outra vez. Felizmente o meu G foi um super mano que também lidou muito bem dentro do possível com a situação que tivemos de ultrapassar. E também graças à minha sogra que permitiu manter o máximo de rotina do G para ele não sentir muito, com muito carinho.

sábado, 11 de agosto de 2018

Somos 4

Em 2016 tentei dar notícias, a nossa grande notícia: que já somos 4. Depois de 5 longos anos à espera chegou o nosso telefonema nos finais de 2014. Um menino ainda bebé que tinha sido prematuro e tinha várias complicações de saúde.
Foi um choque inicial porque sempre pensámos que iríamos adoptar uma criança mais crescida, mas afinal outro bebé precisava de nós. Logo nos apaixonámos por ele sem mesmo o conhecer, sem ver uma foto, apenas a sua história conquistou o nosso coração.
Quando recebemos a foto tornou-se real! E ainda mais apaixonádos ficámos. 
Com um historial pesado, muitos foram os que nos tentaram fazer recuar ou pensar bem no que estávamos a fazer.
Claro que tivemos que pensar muito bem! É uma grande responsabilidade, assim como é uma grande responsabilidade engravidar. É um filho para a vida. E tudo pode acontecer como pode acontecer quando engravidamos de um filho biológico. 
Analisámos tudo, falámos com todos, lemos todos os relatórios e confiámos no nosso coração. 
Em tempos numa festa de aniversário da filhota de uns amigos, tínhamos visto com muito carinho como uma menina especial era feliz a brincar sozinha ou com os manos.  Essa menina que tinha um atraso grande no desenvolvimento mas era feliz! E isso marcou-nos aos dois. 
Quando ouvimos que este bebé tinha tantas coisas menos boas percebemos o quanto ele em especial precisava de pais que pudessem se sentir com força para lutar contra todas as adversidades que pudessem aparecer. E ter noção que mesmo que as coisas não acontecessem pelo melhor nós continuaríamos lá.  Era um contracto para a vida toda. Para o bem e para o mal. Nunca iríamos desistir. 
E foi assim que recebemos o nosso 2 filho vivo. 

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Adoptar em Portugal



Recomendo muito este livro que saiu este ano 2018 para quem está a pensar em começar um projecto de adoção. Linguagem muito objectiva, muita informação instituicional e alguns testemunhos. 

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Quero tanto voltar...

Tenho tantas saudades de escrever...
Preciso tanto de escrever...
Estou há tanto tempo a tentar voltar mas não tem sido fácil...
Este foi um post de tentar voltar...
Até breve 

domingo, 5 de junho de 2016

Tanto tempo longe

Pois é tanto tempo longe mas tanto aconteceu...
Tantas saudades tive deste cantinho, tantas tantas tantas...
Todos os dias sinto que precisava de escrever o que vai pela minha mente... Mas não consigo encaixar nas 24h do dia...
Vou tentar voltar porque me faz bem...
Nos próximos dias volto a contar tudo.
Deixo só o cheirinho: já somos 4 ❤️

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

17 de Novembro - Dia Mundial da Prematuridade


Em homenagem a todas as mães, pais e bebés que vivem a prematuridade.
Muitos bebés infelizmente ficam pelo caminho apesar de toda a luta.
Esses pais não conseguem imaginar a sua vida sem este ser tão pequeno e indefeso que muitas vezes nem colo tiveram tempo para dar.
A vida por vezes é muito madrasta...
A primeira fase da prematuridade, o internamento na unidade de neonatologia, pode ser muito dura.
Todos os alarmes que teimam em tocar quando menos estamos à espera, sem sabermos o significado destes. Mas eles tornam-se parte de nós, que quando desligam os monitores quase nos sentimos perdidos com medo de não saber se o nosso filho está bem.
Todos os tubos, para comer, para respirar, para o antibiótico, para o medicamento x, para medir o nível de oxigénio... Realmente assustadores...
As mini fraldas com mini cocós...
Toda a rotina diária de tratar do nosso bebé dentro de uma incubadora... e só assim nos sentirmos um bocadinho pais...
Os avanços e recuos diários...
O aumento diário de peso...
A perda inesperada de peso e o seu significado...
O primeiro colo...uma sensação inexplicável...
Os famosos colos canguru de contacto pele com pele... maravilhoso... um tempo só nosso... canto para ele...
O aguentar o leitinho da mãe no estômago...
As rejeições ao leite da mãe...o sentimento de culpa...
As infecções inesperadas que viram tudo de pernas para o ar e de repente nos dizem: vai depender como ele reagir...
O medo da perda constante...
O ter de acreditar que o nosso bebé vai sobreviver...
Os telefonemas antes de irmos para a unidade...o medo de ouvir a resposta..
A chegada de mais um dia à unidade e o nosso filho não está na incubadora... o pânico do significado...
A passagem da unidade de cuidados intensivos para intermédicos: será que está mesmo pronto?
Será que agora vão ter menos cuidados com ele? Não quero mudar...
A enfermeira x está de serviço que bom posso ir mais descansada para casa...
A enfermeira y está de serviço... ai que eu hoje durmo aqui... não confio nela...
A enfermeira z está de serviço que tristeza hoje não vou poder pegar nele ao colo...
A saída da incubadora para o berço... sem fios... sem monitor... sem oxigénio.... Isso é possível?
O banho de banheira finalmente após semanas a lavar à gato... E se ele cai? E se eu não consigo?
Vesti-lo com fatinhos completos, os lençois e cobertores... será que é suficiente... será que ele respira...
Retirá-lo do berço sem desligar o alarme... aiiiiiii que stress...
As visitas diárias dos médicos: está tudo bem com o meu filho?
O aprender a mamar... a frustação... ele não consegue agarrar...
O aprender a beber no biberão...ele cansa-se muito... Ele não quer... nunca mais vamos sair daqui...
O engasgar-se com o leite e os alarmes todos a apitar...
O aprendermos a ver sem monitor que ele se está a engasgar... a mudar de côr....aiiiiiiiiii
A continuação de altos e baixos...
Finalmente bebeu o biberão todo, será que vamos finalmente para casa?
Sabe bem ter vencido todas estas etapas, mas deixa marcas para sempre...
61 dias de internamento, quase 8 semanas... que pareceram anos dado a intensidade de cada momento...
Por isso aqui fica uma homenagem a quem sobrevive a estas etapas e consegue voltar a uma vida normal, dando muito mais valor a cada momento da nossa vida :)





segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Mês de sensibilização da prematuridade - Novembro 1





Um dos pontos tão difíceis para os pais de um prematuro: The Impossible Hug

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

31 de Outubro


19 anos sem ti mãe... Tantos quantos aqueles que vivi contigo... Tanta coisa ficou por vivermos juntas. Tanto para falar e perdoar...
E no mesmo dia ( a vida tem tanta coincidência estranha...) 6 anos sem ti meu filho... Devias agora estar a descobrir a letras, a construir palavras, e não há palavras que expliquem a dor de te ter perdido... Um beijinho para onde quer que estejas...

sábado, 25 de outubro de 2014

Praia...adoro...




Últimos dias de praia em fins de Outubro.
E que bom que soube :)

domingo, 19 de outubro de 2014

Nos dias de hoje por Portugal...



Esta deve ser a imagem mais comum dos últimos anos nos aeroportos de Portugal.
Filhote à espera e a desesperar com o atraso na chegada do pai...
Dói-me o coração...
Porque temos de viver assim?
Eu não queria ir novamente viver para fora mas viver assim também não é vida...

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Dia da Perda Gestacional - Projecto Artémis



"15 de Outubro de 2014, não é uma data legalmente reconhecida como dia nacional da Perda Gestacional, mas é para pais de anjos reconhecida à muito. Hoje é dia de pais especiais, hoje é dia de filhos especiais, filhos que não sentiram o colo, filhos que deixaram um vazio imenso e que são amados com um céu de distância. Não foi este ano que vimos reconhecido pelo governo o NOSSO dia, mas foi este ano que pela primeira vez houve uma mobilização em massa em torno da perda gestacional. Temos um orgulho imenso de ver que através de um gesto simbólico as mentalidades estão a mudar, com certeza que o céu está em festa, que os bebés que partiram cedo demais estarão orgulhosos de ver esta simbólica homenagem aos seus pais e a si. Por tudo isto, e porque acreditamos que acabaremos por fazer a diferença, não iremos desistir de dar voz ao silêncio destes pais. UM BEM HAJA. e um Beijinho muito especial aos pais, familiares e amigos que hoje se uniram.

JUNTOS TOCAMOS O CÉU"
Palavras que dizem tudo da parte da Associação Artémis.

Eu acredito muito na importância do trabalho da Associação Artémis.
É importante passar a palavra e falar sobre a Perda Gestacional.
A sociedade precisar de acabar com este tabu e ajudar/respeitar todos os casais que perdem um filho tenha ele a idade que tem.

Para mim ainda mais importante nesta altura quando mais um aniversário da perda do meu primeiro filho se aproxima...


quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Adeus Nuno...

Há dias que ando com a cabeça em àgua por uma noticia que recebi...
Há dias que tento escrever e não sai nada...
O que se diz, o que se pensa de uma amigo que desistiu...
Não era um amigo próximo, mas era uma pessoa boa, com um sorriso amigável, um bom miúdo...
Um amigo da nossa idade... desistiu...
Que se saiba ( ou que eu saiba) não havia uma razão assim grave...
Mas pelos vistos ele não quis mais viver...
Que tristeza...
A tristeza que ele teria naquele coração para tomar esta decisão...
Tentamos nos colocar na posição dele e não consigo sequer imaginar o sofrimento dele...
E agora o sofrimento da família e amigos mais próximos...

A vida já me pregou algumas grandes partidas, de imenso sofrimento, mas nunca nem mesmo nessas ocasiões piores a sangue quente me passou esse pensamento pela cabeça...
Lembro-me quando perdi o meu filho de sentir que nada fazia mais sentido... mas lembro-me também de imediatamente pensar que não fazia ideia como iria conseguir dar a volta, mas que eu iria dar a volta...

Talvez por isso me custe mais perceber o sentimento que quem acha que não há motivos para dar a volta...
Custa-me também por vezes aceitar esta decisão, quando a vida me deu sustos em que a minha vida esteve em risco, e eu queria ( e quero) tanto viver...

Tantos pensamentos, tantas emoções, nenhuma certeza...

Que consigas descansar em paz Nuno...

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

A Bicicleta que tinha Bigodes


Peça encenada pela amiga Sara Gonçalves.
Espero puder ir ver num futuro muito próximo.
Não querem ir espreitar? 
Depois venho cá comentar :)

Ah... afinal soube hoje que o teatro  tem os 6 anos  como idade recomendada ...

Pinóquio na Malaposta



Este fim de semana fomos ver As Aventuras de Pinóquio no Centro Cultural da Malaposta.
Mais um teatro musical numa sala de teatro experimental em que há uma grande proximidade entre o público e os actores / cenário, que eu adoro.
Gostámos da peça, apesar de ela ter sido um bocadinho mais demorada que o normal para crianças, e muitas crianças incluindo o meu Gonçalito já tinham passado o seu limite de tempo sossegado.
Foi a primeira vez que isto nos aconteceu...
Cenários e atores super aprovados :)

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Primeiro Passeio pelo colégio

Começo já a dizer que a minha cabeça sabe que é excelente para eles, e contribui para o crescimento e independência dele.
Mas só a noticia que iria haver um passeio já no principio do mês sem pais me deixou de fôlego...
Hoje foi o dia...
Ele foi preocupado, mas apenas preocupado porque tinha medo que o autocarro não tivesse lugar para todos ( não faço ideia porquê... deve ter sido um sonho ou isso).
De resto tudo correu bem esta manhã, acordou mais bem disposto que o normal, aceitou os meus pedidos para nos despacharmos mais depressa do que o normal, fiquei bem admirada.
Chegámos ao colégio cedinho como nos tinham pedido, mas ainda teve de esperar um bom bocado porque alguns coleguinhas demoraram a chegar.
Depois chegou a hora, e de mão dada com a menina que faz par com ele, lá foram eles, pequenitos (os nossos bebés de 3 anos...), para o autocarro. Entraram ordenadamente, um de cada vez e logo se direcionaram para o lugar que lhes foi atribuído. Tão pequeninos são os nossos meninos que quase não se vislumbram nas janelas dos autocarros.
Lá foi ele, sério, mas sério de quem está a absorver tudo o que é novo neste dia especial.
E lá foi a acenar adeus mamã...
E eu fiquei em lágrimas... de ver o meu menino crescido a seguir o percurso habitual da vida. Orgulhosa por o ver crescer, triste por ver que o tempo voa, feliz por ver que está pronto para explorar o mundo, Orgulhosa mas ansiosa por o ver "voar".
Estou a contar os minutos para voltares filhote.
Preciso de te ver, de te cheirar, garantir que está tudo bem meu amor.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Nascido prematuro, para sempre prematuro?

Acho que a maior preocupação dos pais de um filho prematuro é saber quando é que o meu bebé deixa de ser prematuro?
A prematuridade pode ser de muitos níveis:
Pré- termo entre as 33 e as 36 semanas.
Prematuro Moderado entre as 28 e as 32 semanas
Prematuro Extremo nascido antes das 28 semanas.
Normalmente o prematuro extremo é aquele que tem mais probabilidade de ficar com alguns problemas de saúde ou de desenvolvimento como consequência da sua prematuridade.
O que não quer dizer que o prematuro extremo possa ficar sem qualquer problema e um prematuro pré-termo venha a ter problemas graves. Tudo depende de muitos factores, estre eles o peso à nascença, os cuidados pré-parto, o momento do parto e os cuidados prestados no mesmo e a... sorte!!!!
O Gonçalo nasceu no dia que fez 31 semanas. 
Portanto foi considerado um bebé prematuro moderado.

O Gonçalo foi muito vigiado na minha barriga entre as 30 e as 31 semanas para se decidir o momento certo para ele nascer. Às 30 semanas recebi as injeções que permitem ajudar na maturação pulmonar, e que podem ser decisivas no sucesso de um prematuro. O Gonçalo tinha de nascer porque tinha deixado de crescer às 30 semanas, e o fluxo do cordão umbilical estava afectado.
No dia que fez 31 semanas a equipa que estava de serviço disse que não queria arriscar mais e decidiu retirar o Gonçalo dentro de 1 hora.
O Gonçalo nasceu com 1365g ou seja de muito baixo peso para a idade gestacional que tinha. Normalmente um bebé de 31 semanas devia pesar cerca de 1800/1900g. O baixo peso fez toda a diferença na resistência do Gonçalo que acabou por passar 8 semanas internado na unidade de cuidados neonatais, destes 11 dias passados na unidade de cuidados intensivos. Este tempo passado em internamento é considerado acima do normal para um bebé de 31 semanas. E sabe-se que esse tempo de internamente pode afectar o desenvolvimento de um bebé.
O Gonçalo demorou por isso mais tempo a recuperar o desenvolvimento próprio da sua idade gestacional, quanto mais o desenvolvimento da idade real. 
O mais afectado foi o peso que ainda hoje não é normal. E o desenvolvimento motor com alguma fraqueza muscular , que afectou o momento de sentar, de gatinhar e mais tarde andar. 
Foi com 9 meses que eu achei que ele tinha algumas dificuldades. Felizmente a classe médica ouviu-me e imediatamente o Gonçalo começou a fisioterapia. E foi graças a esta que o Gonçalo começou a gatinhar com 14 meses. Com o gatinhar ele ganhou imensa auto estima e foi vê-lo evoluir a olhos vistos. E com 17 meses já andava ( já corria!). A partir daí o atraso motor passou a ser recuperado.
Com 2 anos disseram-nos: A partir de hoje o vosso filho já não é um bebé prematuro, vamos deixar de corrigir a idade. 
E a pessoa fica... Mas mas mas... ele não faz exactamente o que os da idade dele fazem...
Ele ainda é mais pequeno... E ainda é muito mais magrinho...
E para nós a imagem dele pequenino de 41cm e 1365g cheio de tubos não nos sai da cabeça...
Custa deixar de ter esse "cuidado" emocionalmente...
Mas precisamos de o fazer, até para deixarmos crescer naturalmente o nosso filho.
Hoje com 3 anos e meio ninguém vê no Gonçalo um bebé prematuro (excepto ainda eu confesso...), apesar de ainda hoje ter um percentil 10 de peso. Dizem só que ele é magrinho como outros da idade dele :)
O Gonçalo tem provavelmente alguma dificuldade ao nível da absorção alimentar o que dificulta muito o aumento de peso. Tem feito suplementos alimentares para permitir que pelo menos não perca peso. Tem feito imensos exames e até agora não se encontrou nada: não é celíaco, não tem problemas de tiróide, não tem intolerância à proteína do leite de vaca ( mas também não bebe leite de vaca, nem come iogurtes), não foi encontrada qualquer alergia, e todas as análises vêm normal, excepto ter alguma dificuldade em acumular ferro, mas nunca chegou a ter anemia.
Para complicar este caso o Gonçalo tem crises de aftas constantes à quase 2 anos... que apareceram no seguimento de uma gastroenterite, que nunca mais desapareceram... São crises de cerca de 10 dias com intervalos de 2 a 4 dias...
Por causa disso é seguido em várias consultas na Estefânia mas não encontramos razões para tal acontecer... Este quadro tem deixado o Gonçalo também mais débil, e de inverno para inverno o Gonçalo tem piorado os problemas respiratórios... Agora considera-se ser operado às amigdalas que são enormes. Quem o defende diz que ele vai melhorar em tudo. Mas depois há quem pense o contrário... E eu não sei o que decidir...
O Inverno está quase aí e eu ando em pânico com o que se vai seguir e o que devo eu fazer.
Será isto uma consequência da prematuridade?
Ou é apenas uma coincidência? Um azar?
Alguém que tenha um experiência semelhante por favor partilhe.
Agora virámos também para as medicinas alternativas para ver se conseguimos ajudar na imunidade do Gonçalo.
A esperança é sempre a última a morrer e pais desesperados tentam tudo...
Só não queremos que o futuro dele seja afectado por tudo isto.



segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Férias 2014

Acho que nem lhe posso chamar férias este ano...
Eu que não sou dada a Algarves lá fui 1 semana para o Algarve atrás da àgua quentinha...
Àgua quentinha????
Nada... àgua gelada... chuva... vento... tudo ao contrário...
Só foi bom estarmos em familia porque de resto ...é para esquecer...
O homem da casa tem emprego novo desde Fevereiro e o trabalho tem sido mais que muito e por isso... não conseguiu tirar férias...
Nem as nossas famosas Berlenguscas fomos visitar... que deprimente...
Foi nos valendo um dia aqui outro ali que deu para aproveitar mas as baterias ficaram por carregar...

                                                            O cansaço no Zoomarine

Uma visita às piscinas da Praia das Maçãs 

                                                               Praia soube a pouco

                                             Praia do Baleal com o Avô soube tão bem

           Uma visita ao jardim Zoológico(os golfinhos continuam a ser os mais requisitados)

                                                                   Cinema em casa

                                                           Parque Natural de Gouveia

                                             Praia artificial de Mangualde com... chuva...

                                                                    Oceanário

domingo, 28 de setembro de 2014

Cinderela na Regaleira


Mais um musical infantil para mais de 3 anos que fomos ver em Julho e mais uma vez recomendamos. O cenário é idílico e de sonho, na Quinta da Regaleira ao ar livre, com uma paisagem linda sobre a serra de Sintra. Foram 60 minutos bem passados com muito humor.
Sim é uma peça para rir, é melhor avisar para os mais sonhadores que vão à procura da peça mais clássica. Mas gostámos e rimos, e soube tão bem.
Era suposto peça acabar agora em Setembro mas pelo que vi vai continuar em Outubro.
Se puderem aproveitem.
E vão com tempo, porque estacionar não é nada fácil...
Aqui fica o link para os bilhetes : http://ticketline.sapo.pt/evento/cinderela-na-regaleira-8842