O primeiro internamento hospitalar foi feito na unidade onde o R tinha nascido.
Ou seja muitos dos profissionais conheciam o R ainda melhor que eu.
Eu estava à espera de perguntas, mas o que eu não estava à espera era do tipo de perguntas que iria receber...
"Porquê que o tinha adoptado?"
"Se estava consciente do historial dele?"
"Se tinha noção que o futuro poderia ser muito complicado?"
"Se já tinha um filho biológico, porque é que queria adoptar e ainda por cima um filho assim?"
E isto fez-me uma confusão à minha cabeça...
Fiquei chocada e se calhar até um pouco zangada.
Então mas a adopção é só de crianças bonitinhas e perfeitinhas? Só assim é que é lícito?
As crianças com problemas não merecem uma família?
Oh pá...
Respondi tudo com calma e educação, mas deixou-me magoada...
E prometi ao meu filho que tudo iria fazer para que ele conseguisse ultrapassar o mais possível todas as adversidades que aparecessem no nosso caminho.
Que ele era meu filho e era para a vida toda, como é sempre que temos um filho (ou devia ser).
Mais tarde vim a saber por uma das médicas, que nesta altura do internamento, quando me viram chorar, pensaram que nós iríamos desistir do processo de adopção e devolver o R.
Bolas bolas bolas! Eu sei que acontece mas para nós não se devolve um animal doente quanto mais um filho.
Há 1 ano
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