quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Porquê? Como? Para quê?


Hoje quase me desmanchei em público...Não sei se a chorar se a espancar alguém...

Fui à Câmara de Lisboa tratar de uns papeís, tirei a senha e fiquei à espera...

Estavam 2 irmãs de cerca de 25-28 anos com os respectivos filhos. Uma delas com uma menina de cerca de 4 anos. E a outra com um menino de cerca de 7-8 anos e uma menina de 2 anos. Estavam também à espera da sua vez.
O problema era o modo como falavam e tratavam aquelas crianças.
As crianças não tinham qualquer educação isso era óbvio.
Gritavam, esperneavam, atiravam-se para o chão, um espectáculo triste só visto. Durante tudo isto elas ora riam à gargalhada e a alta voz, ora lhes ameaçavam com porrada, e algumas chapadas ainda eu as vi, lhes chamavam nomes: que eram estúpidos... foi horrivel...
Ainda lhes chamavam malcriados.
Pois mas MALCRIADOS = MAL + CRIADOS ou seja que têm sido mal criados por elas.
Só pensava o quanto injusto é a vida :(
Tanta mãe a querer dar Amor a uma criança e depois há estas senhoras que não são mais do que vacas paridoras (desculpem mas é o que sinto...) e que só estão a trazer ao mundo crianças que vão ser adultos traumatizados...

Eu que não acredito em coincidências tentei tirar a lição do dia mas sinceramente não consegui...

Ando à procura do sentido da vida e ando perdida...

6 comentários:

PauLLa disse...

É de facto impressionante a forma de educar de certas maes....
Nao sabem dar valor ao bem precioso que têm, pk se lutassem , como nós lutamos p ter os nossos bebés, com certeza seria td diferente
isso tb me revolta muuuuito mm

bj gd linda!!

Mãe Lua disse...

Infelizmente tenho esse sentimento muitas vezes. Trabalho numa escola de 1ºciclo e não imaginas a quantidade de casos que vemos. Tenho a mãe de um aluno que já vai no 7º filho(todos seguidos) e que não têm condições nenhumas, são criados uns pelos outros. A vida é muito injusta.

Anónimo disse...

Ola',

Pois, muitas pessoas nao vem os filhos como pessoas que precisam de ser ensinados e educados por elas.
Por outro lado pensar que as maes que lutaram com problemas de fertilidade sao melhores maes e' um grande engano.
Depois da chegada dos filhos, as pessoas depressa esquecem as lutas que tiveram para os ter, e os abusos infelizmente tambem acontecem nessas familias, tal como tambem acontecem nas familias constituidas por adopcao.
As pessoas que vao abusar dos filhos, abusam independentemente de terem passado 10 anos a tentar te-los, ou terem ido dar a volta ao mundo para ir adoptar internacionalmente, independentemente de terem passado anos a sonhar serem as melhores maes do mundo. Os abusadores normalmente sao adultos que foram abusados em criancas, e e' um ciclo que requere esforco para quebrar. Muitos nunca o quebram.

E' pena e' que nao haja uma cultura de aceitacao em que as pessoas que os tem e nao os querem criar, os entreguem sem estigmas a familias que nao os conseguem ter e os sabem amar e educar.

Boa sorte na vossa luta,
Ervilha

Vera Raposo disse...

Minha querida tenho sentido nas tuas palavras um certo desalento. O que se passa? Andas em baixo?
Esse ânimo para cima...
Muitos beijinhos

Martense disse...

Obrigada pelo teu comentário Ervilha :)

Concordo com a maioria das tuas afirmações.
Só não concordo que as mães que não conseguem ter filhos, quando finalmente os tÊm, se esquecem de tudo. Tenho a certeza que nunca esquecem os filhos perdidos e TALVEZ por isso dêm mais valor que as outras.
Um perda gestacional é uma coisa que não se esquece nunca. E sem desrespeito pelas perdas iniciais que são sempre na mesma muito duras, se a perda fôr tardia, onde se chegou a sentir esse bébé e onde até um parto teve de ser feito...
Um mulher que teve de passar por isto põe tudo em causa e tenho a certeza que se pergunta mesmo o quanto essa gravidez é importante, o quanto a maternidade é importante para si ao ponto de decidir arriscar e fazer tudo outra vez.
Eu perdi o meu bébé às 23 semanas, já comunicavamos um com o outro. Já sabia o que o fazia mexer. Quando é que ele gostava mais de se mexer. Que posições ele não gostava que eu tivesse... O parto, sim o parto, o parto de um filho morto é... super doloroso, a dor essa é psicológica mas mais parece física. Apesar das dores das contrações serem bem físicas.
Tenho a certeza este momento jamais vou esquecer. Venha eu a ter os filhos que tenha.
Do meu João Miguel, nome que eu lhe dava mas nunca partilhei com ninguém, eu nunca me vou esquecer.
As mulheres que perdem os filhos às 37-40 semanas nem consigo, nem consigo imaginar... não consigo perceber como conseguem voltar a viver...
Claro que cada caso é um caso e infelizmente há pessoas para tudo...
Mas sabemos que muitas mulheres têm filhos porque... porque sim...porque é suposto, porque é o que toda a gente faz quando se chega a uma certa idade... sem pensar se têm condições para esses filhos ou não, se vão ter tempo para eles ou não. Se têm capacidades de educar essas crianças. E claro que são egoistas o suficiente para quando até a SS lhes retira essas crianças por maus tratos, mantêm o contacto minimo para não permitir que sejam adoptadas. Não porque isso é o melhor para essas crianças mas por uma questão de orgulho e de sentido de proriedade, porque pensam que aquelas crianças são delas independentemente de tudo...

Martense disse...

Pois Vera... ando triste com tudo...com medo de tudo... sem rumo... :(