Maternidade na Guiné-Bissau

Ontem à noite a RTP apresentou um reportagem "Dar Vida sem Morrer" da viagem da Catarina Furtado à Guiné-Bissau...

De calças de ganga, t-shirt e ténis, Catarina Furtado esteve presente numa cerimónia de inicio da obra de construção de uma nova maternidade da cidade de Gabu, na Guiné-Bissau. Catarina é embaixadora da Boa Vontade do Fundo para População das Nações Unidas e esteve uma semana naquele país africano, numa missão de solidariedade.
Esta viagem veio na sequência de uma angariação de fundos do povo português durante um programa especial do "Dança Comigo" para a construção de uma maternidade numa cidade aa 200 quilómetros de Bissau, a capital do país. Durante este programa 250 mil euros foram angariados, aos quais o governo português adicionou mais 250 mil euros.
Com este projecto Catarina e sua equipe pretendem ajudar a baixar o elevado índice de mortalidade de mães e bebés durante os partos, que é na Guiné-Bissau um dos mais elevados do mundo.
Neste programa Catarina andou por diferentes "Maternidades" do país a chamar a atenção para os problemas presentes...
Fiquei chocada...quase que é dificil de acreditar que aquilo é real...
Mulheres muito novas, 60% com menos de 25 anos têm filho atrás de filho, mas muito poucos sobrevivem ou ao parto ou aos primeiros meses de vida.
Falta tudo... Desde a electricidade, aos medicamentos, à higiene, sem falar na privacidade e o apoio psicológico...
Mas aquelas mulheres não exprimem sequer um pio... Sofrem em silêncio como foram ensinadas (como indicou um médico que diz que faz parte da cultura).
Médicos que recebem no máximo da carreira 300 euros e enfermeiros de 125 euros por mês lutam apenas com as mãos e a sua intuição pela vida daquelas mães e os seus bébés.
Faz-nos pensar... em muita coisa...
Primeiro em como isto é possível!!! Como nós permitimos que isto exista!!!
Que uma mulher perca o seu filho ou mesmo a sua vida porque não ha electricidade para realizar uma cesariana essencial para retirar um bébé que está numa posição transversal????????????????
Como é possível?
É neste mundo que vivemos...
E o pior é que sozinhos muito pouco podemos fazer.
Temos de esperar pela próxima angariação de fundos para podermos "ajudar"...

Sinto-me...pequenina...

Fica aqui um link de algumas fotos do passado de ser mãe na Guiné-Bissau