sábado, 9 de junho de 2007

"Estudantes e investigadores portugueses no Reino Unido analisam condições para regresso a Portugal" - Sol

O regresso a Portugal é uma das questões que vão ser discutidas no sábado em Cambridge por mais de uma centena de estudantes e investigadores portugueses actualmente em actividade no Reino Unido.


«Há uma grande maioria que quer regressar a uma certa altura», confia Pedro Torres, um dos organizadores do encontro intitulado Luso2007, que se realiza pela primeira vez este fim-de-semana, aproveitando a data simbólica do 10 de Junho, o Dia de Portugal, que se assinala no domingo.
A altura mais normal para este regresso a Portugal é o fim do doutoramento e/ou do pós-doutoramento, mas "para quem quer seguir a carreira académica é um grande problema porque as posições académicas não abundam", antevê.Pedro Torres é um dos interessados neste assunto, pois pretende voltar a Portugal a «curto prazo», assim que terminar o doutoramento em Informática que frequenta no Imperial College de Londres.No entanto, o doutorando, que está a aprofundar conhecimentos em Inteligência Artificial, tem consciência de que isso poderá ser possível apenas se aceitar uma «oportunidade menos boa» que outras que poderá ter no estrangeiro.
«Tudo depende do que fizer a seguir», afirmou à Agência Lusa.Embora reconheça que existe mais dinheiro e condições no Reino Unido para a investigação, acredita que se podem criar oportunidades em Portugal. «Existe uma noção [entre os estudantes e investigadores portugueses no estrangeiro] de que em Portugal não existem tão boas condições para trabalhar, mas cabe a cada um mudar [a situação]», desafiou Torres.

O encontro que tem lugar no sábado, pretende, segundo este responsável, apresentar formas de «melhorar o regresso a Portugal», mostrando experiências pessoais e oportunidades académicas e empresariais.O debate será aberto com a exposição por algumas pessoas dos seus percursos no Reino Unido em áreas diversas, nomeadamente um estudante de licenciatura e dois investigadores em pós-doutoramento.Falarão também da sua experiência Helena Vieira, fundadora da Bioalvo (empresa de investigação em biotecnologia), que concluiu um doutoramento em Londres, e Carlos Caldas, professor na Universidade de Cambridge.
Depois serão apresentadas oportunidades na área académica ou empresarial em Portugal, estando confirmada a presença no evento do presidente da Agência de Inovação, Lino Fernandes, e de representantes da Hovione (companhia de investigação na área da farmacêutica) e da consultora McKinsey.

No final, os organizadores esperam uma sessão mais interactiva quando se abrir a discussão sobre estratégias para melhorar a qualidade da investigação em Portugal e para incentivar a interacção entre as universidades e as empresas.O encontro está a ser organizado por seis pessoas há cerca de três meses e desde o primeiro convite, enviado a cerca de 300 estudantes e investigadores portugueses no Reino Unido, a resposta foi positiva.
«Em pouco tempo recebemos a pré-inscrição de quase 100 pessoas», avançou Pedro Torres, que refere a existência de um evento semelhante nos EUA entre portugueses. «Vai ser bom reunirmo-nos todos, saber o que os outros estão a fazer e estabelecer uma rede de contactos", que pode ser interessante para fazer "colaborações com departamentos portugueses», vincou.A possibilidade de este encontro se repetir no futuro fica, para já, em aberto, dependendo da experiência e do interesse de outras pessoas em participar na organização, diz Pedro Torres.
Lusa/SOL

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