quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Um dia com boas notícias
Obrigada pelas tua palavras cheias de carinho Joana.
Não nos julguem!!!
Primeiro que tudo acho que alguém que não passou por um aborto não tem o direito de julgar o comportamento de uma mãe que perdeu o seu filho seja a que altura fôr da gravidez.
Acredito e concordo que para melhorar de um estado depressivo a pessoa que perde um filho tem de querer sentir-se melhor.
É preciso lutar contra a dor.
Mas o luto tem as suas fases e não devemos tentar passar por cima de nenhuma delas.
Este alguém põe em causa o sofrimento de uma mãe que perdeu o seu filho às 34 semanas sem motivos aparentes, como que achar que já passou um mês já chega de se queixar...
Alguém consegue sequer imaginar o sofrimento deste mãe?????
34 semanas?????
eu não...
Esta mãe ainda tem de chorar...ainda passou muito pouco tempo...
Eu perdi o meu filho com 23 semanas, já passaram 3 meses e ainda não passou um dia em que a lágrima não tenha escorrido pela cara abaixo...
É muita dor, é muito tempo a habituarmo-nos à presença daquele bébé que desaparece assim de um dia para o outro, são as hormonas de pós parto à mistura... não é nada fácil...
Por isso digo que a ajuda profissional é muito importante.
Para mim está a ser essencial.
Continuei a minha vida mas ainda não passa um dia em que não pense no meu bébé.
Não esqueci mas consegui sobreviver e voltar a erguer a cabeça.
Não me venham é com coisas como "Quero com isto dizer, que existirá sem duvida para ti neste momento, como para todos nós, uma razão muito profunda para tal acontecer. "
Eu não acredito num deus ou o que quer que seja que pense que uma mulher deva passar por isto para crescer, evoluir, melhorar como pessoa.
Eu hoje depois do que me aconteceu não sou uma melhor pessoa talvez pelo contrário... porque sou mais fechada, mais triste, mais insegura, mais bicho do mato.
Eu penso que nada na perda de um filho pode ajudar ...
Quem acredita nisso me digam porquê, como????? Eu queria muito saber para quê????
Ou comentários como :
"As coisas apenas significam aquilo que eu quero que signifiquem e é tudo na realidade um grande e imenso teatro"
A perda de um filho é uma MORTE, é uma perda muito grande...
Acaba tudo num segundo...
Não há outro significado.... é tudo menos um teatro.
A morte é real, a dor é real, psicológica e física.
A dor é também uma série de sinais, hormonas que circulam pelo nosso corpo.
Por isso não é só querer melhorar é preciso tempo.
Ajuda o querer melhorar mas não é suficiente...
O que é preciso, pelo menos para mim, é chorar tudo tudo tudo...
Ser acompanhada por profissionais que saibam o que estão a fazer.
Esta fase é muita muito dura...
A ajuda da familia e amigos é também muito muito importante.
Basta um ombro amigo, um silêncio partilhado, um mimo.
O estar disponivel para ouvir.
E sem dúvida que o tempo ajuda...
E não vale a pena tentar esquecer.
Não dá...
Não funciona assim...
Foram momentos demasiado marcantes...
Muita mistura de sentimentos...
Eu lembro-me do meu todos os dias, mas a dor vai acalmando aos poucos até ao ponto em que é possivel continuar a viver.
Não nos julguem...
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Para carregar baterias...
Foi bom para descarregar más energias e bom para carregar energias positivas.
Tivemos muita sorte com o tempo que estava limpo mas frio e com a neve que era abundante e fofinha.
Já foi na outra semana mas só agora tive acesso às fotos da minha Amiga Marta Ferreira.
Aqui ficam alguns momentos... interessantes :P
A do gorro mais rídiculo sou eu :)
domingo, 25 de janeiro de 2009
a noite a noite...
Que tinha andado a fingir...
Acordei triste mas lá estava o maridinho que percebeu que algo estava errado e logo me encheu de mimos e adormeci mais calma.
O que se passa????
que noites estas... oh sorte...
sábado, 24 de janeiro de 2009
Mais uma vez o parto...
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Mais uma consulta de psicologia
Passei a consulta a chorar... oh sorte...
A ferida ainda está muito aberta...
Mas ando com mais força para andar para a frente :)
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
"Como entender uma perda gestacional"
Precisava de partilhar.
Diz tudo...
Quando mulheres vivenciam a perda de uma criança, uma das primeiras coisas que elas descobrem ter em comum é a lista de coisas que elas desejariam que ninguém nunca tivesse dito a elas.
As listas tendem a ser extraordinariamente parecidas .
Os comentários raramente são maliciosos - são apenas ingênuas tentativas de acalmar.
Esta lista foi feita para ajudar outras pessoas a entender a perda gestacional.
Como foi feita de mães para mães, se aplica também aos pais que vivenciaram esta perda.
Quando estiver tentando ajudar uma mulher que perdeu um bebê, não ofereça sua opinião pessoal sobre sua vida, suas escolhas, seus projetos para seus filhos. Nenhuma mulher nesta situação está procurado por opiniões (de leigos) sobre porque isto aconteceu ou como ela deveria se comportar.
Não diga : "É a vontade de Deus". Mesmo se nós somos membros de uma mesma congregação, a menos que você seja um dirigente desta igreja e eu estiver procurando por sua orientação espiritual, por favor não deduza o que Deus quer para mim. Apesar de saber que muitas coisas terríveis que acontecem são vontade de Deus, isto não faz estes acontecimentos menos terríveis.
Não diga : "Foi melhor assim - havia alguma coisa errada com seu bebê". O fato de haver alguma coisa errada com o bebê é que me faz tão triste. Meu pobre bebê não teve chance. Por favor, não tente me confortar destacando isto.
Não diga : "Você pode ter outro". Este bebê nunca foi descartável. Se tivesse a escolha estre perder esta criança ou furar meu olho com um garfo, eu teria dito : "Onde está o garfo?" Eu morreria por esta criança, assim como você morreria por seu filho.
Não diga : "Agradeça a Deus pelo(s) filho(s) que você tem". Se a sua sua mãe morresse num terrível acidente e você estivesse triste, sua tristeza seria menor porque você tem seu pai?
Não diga : "Agradeça a Deus porque você perdeu seu filho antes de amá- lo realmente". Eu amava meu filho ou minha filha. Ainda que eu tenha perdido meu bêbê depois de duas semanas de gravidez ou quando nasceu, Eu o amava.
Não diga : "Já não é hora de deixar isto para trás e seguir em frente ?" Esta situação não é algo que me agrada. Eu queria que nunca tivesse acontecido. Mas aconteceu e faz parte de mim para sempre. A tristeza tem seu tempo - que não é o meu ou o seu.
Não diga : "Agora você tem um anjo para cuidar de você". Eu não queria que meu bebê fosse meu anjo. Eu queria que ele vivesse muito e acompanhasse minha despedida quando eu fosse bem velhinha. Não diga "Eu entendo como você se sente". A menos que você tenha perdido um bebê, você realmente não sabe como eu me sinto. E mesmo que você tivesse perdido, cada um vivencia esta tristeza de modo diferente.
Não me conte estórias terríveis sobre sua vizinha, prima ou mãe que teve um caso pior. A última coisa que preciso ouvir agora é que isto pode acontecer seis vezes ou coisas assim. Estas estórias me assustam e pioram minhas noites de insônia. Mesmo que tenham tido final feliz, não compartilhe estas estórias comigo.
Não finja que nada aconteceu e não mude de assunto quando eu falar sobre o ocorrido.
Se eu disser "Antes do bebê morrer..." ou "Quando eu estava grávida..."não se assuste.
Se eu estiver falando sobre o assunto, isto significa que quero falar.
Deixe-me falar. Fingir que nada aconteceu só vai me fazer sentir incrivelmente sozinha.
Não diga "Não é sua culpa". Talvez não tenha sido minha culpa, mas era minha responsabilidade e eu sinto que falhei. O fato de não ter tido êxito, só me faz sentir pior. Aquele pequenino ser dependia unicamente de mim para traze-lo ao mundo e eu não consegui. Eu deveria trazê-lo para uma longa vida e não pude dar-lhe ao menos sua infância. Eu estou tão brava com meu corpo que você não pode imaginar.
Não me diga: "Bem, você não estava tão certa se queria ter este bebê..." Eu já me sinto muito culpada sobre ter reclamado sobre mal estar matinais, ou que eu não me sentia preparada para esta gravidez, ou coisas assim. Eu já temo que este bebê morreu porque eu não tomei as vitaminas, ou bebi muito café, ou tomei bebidas alcoólicas nas primeiras semanas quando eu não sabia que estava grávida. Eu me odeio por cada minuto que eu tenha limitado deste bebê. Se sentir insegura sobre uma gravidez não é a mesma coisa que querer que meu bebê morra - eu nunca teria feito esta escolha.
Diga "Eu sinto muito". É o suficiente. Você não precisa ser eloqüente.
As palavras dizem por si.
Diga , "Vocês vão ser pais maravilhosos um dia" ou "Vocês são os pais mais maravilhosos e este bebê teve sorte em ter vocês." Nós dois precisamos disso.
Diga , " Eu acendi uma vela para seu bebê", ou " Eu fiz uma oração para ele ".
Mande flores ou uma pequena mensagem.
Cada uma que recebi , me fez sentir que meu bebê era amado.
Não envie novamente se eu não responder.
Não ligue mais de uma vez e não fique brava(o) se a secretária eletrônica estiver ligada e eu não retornar sua chamada.
Se nós somos amigos íntimos e eu não estão respondendo suas tentativas de me ajudar, por favor não tente novamente.
Me ajude desta maneira por enquanto.
Se você é meu chefe ou meu companheiro de trabalho: Reconheça que eu sofri uma morte em minha família - não é simplesmente uma licença médica.
Reconheça que além dos efeitos colaterais físicos, eu vou estar triste e angustiada por algum tempo.
Por favor, me trate como você trataria uma pessoa que vivenciou a morte trágica de alguém que amava. Eu preciso de tempo e espaço.
Por favor, não traga seu bebê ou filho pequeno ao local de trabalho.
Se sua sobrinha está grávida, ou sua irmã teve um bebê há pouco, por favor não divida comigo agora. Não é que eu não possa ficar feliz por ninguém mais, é só que cada vez que vejo um bebê sorrindo ou uma mãe envolta nesta felicidade, me traz tanta saudade ao coração que eu mal posso agüentar. Eu talvez diga olá, mas talvez eu não consiga reprimir as lágrimas.
Talvez ainda se passarão semanas antes que eu fique pelo menos uma hora sem pensar nisso.
Você saberá quando eu estiver pronta - Eu serei aquela que dirá : "O bebê de sua sobrinha já nasceu?" ou "Como está aquele garotinho lindo ? Eu não o tenho visto no escritório ultimamente".
Acima de tudo, por favor lembre-se que isto é a pior coisa que já me aconteceu.
A palavra "aborto" é pequena e fácil.
Mas a morte do meu bebê é única e terrível.
Vai levar um tempo até que eu descubra como conviver com isto. Me ajude.
Autora Elizabeth Soutter Schwarzer
domingo, 18 de janeiro de 2009
Mais 2 bébés lindos!!!
Adorei a ideia de estar grávida ao mesmo tempo que amigas.
Ter alguém que me fosse próximo e com quem pudesse partilhar as coisas mais absurdas de uma gravidez tinha piada :)
Das 3, 2 de nós tínhamos uma gravidez de alto risco por razões diferentes.
Mas os medos eram os mesmos...
Quando eu perdi o meu bébé inicialmente não queria que estas minha Amigas soubessem.
Não queria que nada nem ninguém pudesse pertubar aquelas gravidezes.
Mas isso não era possível. Ambas souberam...
Felizmente pelo menos não fui eu... não sei como lhes diria...
Estranho diria alguém, mas para mim não me custou que para elas tudo continuasse bem, muito pelo contrário... tinha pânicos que as coisas não corressem pelo melhor.
Agora já as duas têm os seus filhotes cá fora e tudo correu bem felizmente.
A última foi uma cesariana programada para dia 14 deste mês.
Fiquei uma pilha... nesse dia não conseguia pensar noutra coisa...
Depois de tantos testemunhos que lemos, ouvimos, de perdas mesmo às 40 semanas eu só me repetia :
VAI CORRER TUDO BEM!!!
VAI CORRER TUDO BEM!!!
VAI CORRER TUDO BEM!!!
VAI CORRER TUDO BEM!!!
VAI CORRER TUDO BEM!!!
E felizmente correu... Respirei de alivio quando recebi a mensagem da chegada da nova pequenina a este mundo. Saíu-me um peso das costas....
Benvindos a este mundo Sara e André!!!! Que a vida vos sorria sempre :)
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
De volta com notícias
Eu sei que me faz bem escrever e partilhar, é por isso mesmo que volto sempre aqui.
E já que falar sobre o assunto é dificil...
Neste momento não por mim mas porque a maioria das pessoas tem dificuldade em falar sobre o que se passou.
O mundo continua a girar...
Acho que é mais fácil esquecer ou fingir que nada se passou.
Eu sei que não é por mal, muito pelo contrário querem proteger-me.
Mas eu não vou esquecer.
E não quero que esqueçam também...desculpem...
Mas esta fase da minha vida faz de mim quem eu sou hoje, diferente de há 1 ano de certeza.
Por isso não posso esquecer... e não quero.
Só quero que saibam que se precisarem de falar comigo sobre o que se passou eu não levo a mal, e não fico mais em baixo por isso. Talvez até fique melhor...
Deitar para fora faz-me bem :)
A minha sobrinha é que me faz questões. Com 6 anos e a respectiva inocência pergunta :
Tia mas porque é que ele morreu?
Tia porque é que ele não tinha um nome?
Tia vais ter outro bébé dentro da barriga?
Perguntas com respostas não muito fáceis, mas a lágrima não escorreu. É verdade.
Foi bom ter falado com ela sobre isso.
Ela pareceu satisfeita com as respostas e eu por ter tido espaço para falar sobre o meu bébé sem tabus.
6ªfeira - dia de obstetra na MAC
Pois é disso que ando a fugir...
Não que não tenha corrido bem porque correu.
Eu estava tão ansiosa que não dormi de 5ª para 6ª.
Tinha decido não falar grande coisa. Deixar a médica falar.
E não chorar...não por favor já chega...
Primeiro falei com a psicóloga, uma preparação... mas não consegui falar grande coisa...
Ficou agendada outra consulta para dia 21.
Depois a consulta.
Esperei no meio de meia dúzia de barrigudas com um sorriso feliz na cara.
Inveja? Por acaso não... Até estava com medo disso, mas não.
Pensei que possivelmente já elas também teriam passado por muito e mereciam a sua estrelinha dourada.
Quando chegou a minha vez a médica e a enfermeira levaram-me para um gabinete diferente como que a tirarem-me daquele ambiente. Na altura nem estava a perceber...
Entrei calada... coração aos pulos...
Ela tinha para mim o resultado da autópsia do bébé em detalhe...
Li tudo...
390g... comprimento 25.5 cm... pé de 4 cm... perímetro de cabeça de 18.5 cm... orgãos genitais masculinos... são os pormenores que me ficaram na cabeça...
Todos os orgãos perfeitos e sem alterações...
Conclusão da médica : não foi do bébé...
Depois o relatório da placenta...
Placenta monocoriónica e monoamniótica normal para segundo trimestre de gestação sem alterações. Vasos do cordão umbilical e membrana amniótica sem lesões.
Cordão umbilical de inserção velamentosa.
Esta última informação vem de acordo com a enfermeira parteira na altura do parto que disse que a pacenta parecia normal mas o cordão umbilical era estranho...
Falando com a médica o cordão umbilical de inserção velamentosa é qualquer coisa como isto:
Um cordão que se insere na ponta da placenta em vez de no meio e as 2 artérias e a veia estão em parte soltas, sem formar um cordão antes de entrar na placenta.
Parece que ocorre em menos de 1% da gravidezes e o que se sabe é que é uma das causas de morte de bébés no parto por hemorregia, se a situação não for detectada antes do parto.
Segundo a médica não se conhece efeitos deste problema nos bébés de 2º trimestre, o que não quer dizer que não haja...
Conclusão:
Não se sabe o que aconteceu...
Poderá ter sido a amniocentese, por o coração do bébé ter parado no dia seguinte...
Poderá ser alguma micro trombose na placenta que não se tenha conseguido detectar ... o volume de líquido amniótico normal contradiz esta teoria pelo que se sabe...
Poderá ser do cordão estar mal inserido... não há dados para isto...
Conclusão da médica:
O bébé era normal.
Mortes fetais no 2ºtrimestre são normalmente associadas a problemas de saúde da mãe.
Isto foi possivelmente do SAAF mesmo que não tenhamos provas...
Pedido da médica:
Por favor vamos tentar outra vez...
Desatei a chorar...
E eu só disse : é o que mais quero... mas tenho tanto medo...
E ficámos assim. Fiquei de acabar a minha tese . E quando quiser começar os treinos ir lá avisar.
Por isso digo que a consulta correu bem... mas sinto um vazio... tantas perguntas sem resposta...
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
Acabou 2008... Feliz 2009
Ando a fugir...
Queria escrever sobre o ano que passou e o ano que vem aí...
Mas custa tanto...
Sinto o coração tão apertado :(
Acho que nunca tinha sentido a felicidade que senti este ano...
Descobrir que se tem uma vida a crescer dentro de nós é maravilhoso e assustador...
No dia que soube chorei baba e ranho de medo...
Não queria acreditar... era bom de mais... não era para mim... e os riscos... foram tantas as dúvidas e tanto o AMOR que logo senti.
O J sorria e dizia que eu desde que soube quando adormecia mantinha a minha mão na barriga como que a proteger o nosso pequenino...
Foi-me dito que devia acreditar, que era verdade mas que não devia passar palavra...
Era impossível... Eu sentia-me luminosa de tanta felicidade, era impossível disfarçar...
Fui acreditando cada dia um bocadinho mais.
Cada semana eu me sentia mais mãe...
Quando o comecei a sentir mexer-se então... foi...foi de outro mundo...
Finalmente acreditei tinha um filho a crescer dentro de mim.
É uma sensação ... fenomenal...
Foram as 22 semanas mais felizes da minha vida. Pensei que desta vez a estrelinha estava comigo...
Mas não ...
Numa semana tudo mudou.
Primeiro a Eco a dizer que ele era fraquinho... Pânico!!!
Mas ainda começei o curso de preparação para o parto - 1 aula. Adorei...
Depois a Amnicentese e todo o medo à volta...
Depois os resultados urgentes da Amnio a dizer que ele era normal. -Alivio!! Voltei a acreditar...
Depois:
Foi-se... Já não havia um coração a bater...
E em 1 segundo deixei de ser mãe...
Agarrei-me à minha barriga mas não havia mais nada para proteger...
A única coisa que conseguia dizer naquele momento foi:
Acabou-se...
Acabou-se ....
Acabou-se o sonho...
Não era para mim... era bom de mais para ser para mim...
Precisei de dizer ao J, à M, à N... ao meu pai... E foi assim que disse... apenas isso:
ACABOU-SE
Na passagem de ano fez 2 meses.
Pois é 2 meses. Lembro-me de tudo como se tivesse sido ontem...
Mas sinto que já passou tanto tempo...Que já senti tanta coisa... Já dói há tanto tempo...
Que já se passou tanto depois disso...
Sobrevivi à passagem de ano.
Aguentei-me...
Não dei grandes abraços ou partilhei grandes sorrisos porque por dentro estava a "estalar"...
Mas lá me aguentei.
Nos dias seguintes sempre que estava acompanhada estava bem.
Mas se estava sozinha ou em viagens de carro a lágrima teimava em descer...
Pois a lágrima desce por tudo e por nada em momentos que não tem nada a ver com nada...
O J já não sabe o que me há de dizer... ou fazer...
E eu quase que me sinto culpada por ainda andar a chorar...
Mas dói tanto ainda...
Mais uma vez não fiz grandes planos para o Novo Ano...
Deixei de o fazer no Ano em que a minha mãe morreu já lá vão 13 anos...
E agora ainda menos força tenho para o fazer.
Sei que vou dar a volta mas ... mas tenho mais dificuldades em sonhar.
Amanhã tenho consulta na MAC com a obstetra...
Planear o futuro penso que é a ideia...
Vamos ver...
Fica aqui o desejo atrasado para todos de um FELIZ ANO de 2009.
Desejo tudo de melhor.
Peço desculpa aqueles que não tenho ligado, respondido a telefonemas ou emails.
Não é por mal....