terça-feira, 20 de dezembro de 2011

meu filho Miguel

Como é que se explica a alguém a dor da saudade de um filho que nunca conhecemos fora da nossa barriga?
Não sei explicar...
Nem a mim própria sei explicar ou mesmo perceber...
Perder um um filho, mesmo que para alguns seja apenas um feto, deixa um buraco que nem nada nem ninguém consegue preencher. E de vez em quando dá aquele aperto...
Uma palavra, uma imagem num contexto muito diferente, fazem tudo voltar ao de cima, como se tivesse sido ontem...
Hoje foi um desses dias...
As lágrimas a correr pela cara, com uma força que parece que acabou de acontecer tudo outra vez.
Um soluçar sem fim...
Um desespero que se apodera de mim...
Procuro o meu Gonçalo, preciso de o agarrar, aperto-o junto ao meu peito com muita força.
Ele não diz nada.
Fica encostado ao meu peito como a perceber que eu preciso do miminho dele neste momento.
É ele que me acalma, sem me fazer perguntas...
E com ele ao colo acendo uma vela ao Miguel e mando um beijo para o céu, dizendo que nunca o vou esquecer e que o amo muito.

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