Ainda acerca da última consulta de psicologia foi-me pedido que tentasse encontrar algo de positivo, ou construtivo que eu posso tirar desta experiência terrível que passei.
Este exercício foi por acaso algo que sempre fiz ao longo da minha vida, de modo a crescer como pessoa e, de certa forma, tornar algo negativo em positivo.
E posso dizer que até hoje, eu consegui, até mesmo da morte da minha mãe, eu consegui tirar algo positivo.
Por muita dor que seja perder uma mãe, eu ganhei uma relação especial com o meu pai, que possívelmente nunca teria de outra forma.
Eu cresci e aprendi a dar muito muito valor à família que muitos adolescentes com a minha idade não davam. Isto entre outras.
Voltando à perda do meu filho... já é outro assunto... eu tento tirar algo que possa ajudar-me a crescer como pessoa mas sinceramente ainda não consigo...
Talvez ainda seja cedo... ainda dói muito...
Mas o que sinto hoje é que esta perda gestacional levou a uma perda na auto-estima muito grande. Hoje acredito menos em mim e sou menos positiva do que era à um ano atrás...
Eu sei isto...e sei que não é bom...mas ainda não o consegui mudar...
Dizem-me para me agarrar ao facto de "que bom foi ter vivido 23 semanas como o meu filho"...
"Que bom foi ter sentido o meu filho mexer durante 4 semanas"... não consigo...
Aquele movimento do meu filhote foi uma das coisas que mais me custou deixar de sentir... Aquela falta de movimentos que já indicava que o meu pequenino já não tinha vida e que me deixou sobressaltada mas que não foi sinal de alarme para mais ninguém além do meu coração de mãe... dói dói dói e não me deixa mais calma...
Ando portanto ainda à procura da minha lição de vida desde episódio triste que tive de viver.
Há 1 ano